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terça-feira, 22 de abril de 2008

João Gilberto

Mais uma efeméride: faz 50 anos que João Gilberto gravou o seu 78 rpm com as canções Chega de Saudade e Bim Bom. Um pequeno disco causou uma grande revolução musical. Muita gente tentou e está tentando ter participação, comemorando 50 anos de um movimento que, no mínimo, devemos questionar.
E é bom lembrar que, sobre o assunto, temos histórias, crônicas e memórias, mas não historiografia.

Em 2001 saiu um caderno especial do JB que vale a pena conferir. vou colocar aqui dois links que acho os mais importantes. Clicando neles, outros bons artigos serão encontrados.
  • A Grande Síntese : A evolução de um artista é um contínuo auto-sacrifício, uma contínua extinção da personalidade.t.s. elliot - Tradição e talento individual

segunda-feira, 21 de abril de 2008

1968


Fonte: Veja melhor clicando aqui

1968 - A imaginação tomou o poder


Ainda não houve um ano como aquele. De janeiro a dezembro, no Brasil e no mundo.

No Brasil, passeatas estudantis protestavam contra a Ditadura; Caetano e Gil capitaneavam o Movimento Tropicalista; os Beatles lançavam o revolucionário Sargent Peper's, os estudantes franceses tomavam as ruas de Paris em Maio de 68; Martin Luther King e Bob Kennedy foram assassinados; Janis Joplin e Jimmy Rendrix tornaram-se símbolos da juventude; nos Estados Unidos acontecia o festival de Woodstock; a Guerra do Vietnã começava a se intensificar; os tanques russos invadiam a Tchecoslováquia na Primavera de Praga, os militares decretavam o pior dos atos institucionais no Brasil: o AI-5.
Para saber mais leia a boa reportagem da Revista Época

domingo, 13 de abril de 2008

Entrevista Jornal O Povo

Tradição de cortejo

O Povo, Fortaleza, 20/04/2007

FOTO DIVULGAÇÃO/ PATRÍCIA CECATTI
FOTO DIVULGAÇÃO/ PATRÍCIA CECATTI
A música, para ele, talvez já estivesse nos balões de junho, no canto da lavadeira, no futebol de rua. Mas ele só puxou-a do mundo e deu-lhe rosto, nome e forma no primeiro álbum: Chico Buarque de Hollanda (1965). Entre o fraseado e a repetição de Pedro Pedreiro, o saudosismo e a expectativa de Olê, Olá e a angústia e a ironia de Ela e Sua Janela, estavam a alegria e a ingenuidade de A Banda. Ao lado de Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, a canção foi vencedora do II Festival de Música Popular Brasileira de 1966, promovido pela Record. Foi o suficiente para que a música vendesse mais de 100 mil cópias em uma semana. Ganhou crônica entusiasmada de Carlos Drummond de Andrade: "A felicidade geral com que foi recebida a passagem dessa banda tão simples, tão brasileira e tão antiga na sua tradição lírica, dá bem a idéia de como andávamos precisando de amor".

Por ter se transformado, ele próprio, em um dos símbolos de resistência à Ditadura Militar, Chico Buarque tem quase toda a sua obra posta no saco preto da "canção de protesto". Mas não é bem assim. Para Maria Clara Wasserman, mestre em História Social pela Universidade Federal do Paraná, a politização de sua obra só ocorreria depois do AI-5. Em A Banda, encontra-se um protesto de outra natureza: a busca da felicidade e da transformação pessoal e social. A triste rotina de um povo é quebrada pela presença da música, que traz uma felicidade efêmera. "Alguns estudiosos entenderam a banda que passa como um corpo revolucionário, capaz de transformar uma população de seu estado amorfo. Na minha opinião, porém, a música é muito mais lírica do que política", afirma. A cantora Fátima Santos concorda: "Quando canto, o que visualizo é o que ele pede na letra. Eu não vejo nada de político. Vejo a história da banda, da praça, de quando a banda passar as pessoas ficarem mais alegres".

http://www.opovo.com.br/opovo/guiavidaearte/688048.html

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Localizei canções inéditas do Chico

Localizei no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, enquanto pesquisava arquivos sobre a Censura, letras inéditas do Chico, do começo da década de 70. Ele enviou ao Departamento de Censura para tentar desfocar sua obra de canções mais engajadas. Elas foram liberadas, mas Chico desistiu de gravá-las e permanecem inéditas..

Um exemplo: Você não entendeu/ que o amor dessa menina/ é a chama que ilumina a minha solidão/ meu amor por ela é uma cidadela/ construída com paz e compreensão''

Leia a Reportagem completa no JB

Chico Buarque e a censura

Meu artigo, publicado no Jornal do Brasil em 12 de junho de 2004. Ocasião dos 60 anos de Chico. Não fui eu quem criei o título e subtítulo (que achei horríveis).

Censores, os inimigos da arte.

Discurso do senador Pedro Simon sobre os 60 anos de Chico Buarque. Entre outros, ele analisa meu artigo sobre a censura.

Como trabalhar música em sala de aula

Sou autora dos suplementos pedagógicos da Coleção Mestres da Música no Brasil da Editora Moderna.
Clique nos links e conheça o trabalho:

Adoniran Barbosa

Cartola

Chico Buarque

Chiquinha Gonzaga

Caetano Veloso

Gilberto Gil


Paulinho da Viola

Villa-Lobos


Fora esses, existem outros não disponibilizados on line: Pixinguinha, Ary Barroso, Braguinha e Noel, este no prelo.

Sites que eu recomendo.

Sou também FOTÓGRAFA. Desenvolvi um outro blog só para falar desse tema. Entre lá: www.clarafotografia.blogspot.com


Altafidelidade
, destinado à pesquisa acadêmica em música popular brasileira. Seu coordenador é Marcos Napolitano e a equipe é composta por Mariana Villaça e eu.
Mariana é especialista em Cuba e América Latina. Quem se interessar, vale a pena ler seus artigos.

www.geocities.com/altafidelidade

Radamés Gtattali. Um site destinado à vida e obra (erudita) dessa grande maestro da música popular. Concebido por Roberto Gnattali. Trabalhei no projeto e, com o Roberto, fizemos pesquisa e texto

www.radamesgnattali.com.br

Chiquinha Gonzaga. Não tenho participação direta neste. Só afetiva. O curador é Wandrei Braga e o site é simplesmente o melhor e mais completo que existe sobre a vida e a obra da artista.

www.chiquinhagonzaga.com



Desde que o samba é samba

Revista Brasileira de História

Print ISSN 0102-0188

Rev. bras. Hist. vol.20 n.39 São Paulo 2000

doi: 10.1590/S0102-01882000000100007

Desde que o samba é samba: a questão das origens no debate historiográfico sobre a música popular brasileira

Marcos Napolitano
Universidade de São Paulo

Maria Clara Wasserman
Mestre em História na UFPR

RESUMO
Este artigo, na linha de um ensaio bibliográfico, procura sistematizar o debate historiográfico e para-historiográfico que tem por objeto a discussão sobreas “origens da música popular brasileira”. Neste sentido, procuramos examinar, criticamente, as bases argumentativas e as principais conclusões de duas tendências básicas: a) a tendência historiográfica que trabalha com o paradigma das origens como um lugar , situado no tempo e no espaço, a ser determinado pela pesquisa histórica; b) a tendência, mais atuante a partir do meio acadêmico, que coloca sob suspeita a própria questão das origens, com um lugar determinável, procurando analisar historicamente a dinâmica social e ideológica que os discursos de origem podem revelar.
Palavras chave: Música Popular Brasileira; Historiografia; Samba.

ABSTRACT
This article analyzes the historiographical debate about the issue of “origins” in the brazilian popular music. So, we try to highlight the agumentative basis and the most important asserts of the two main historiographic currents of this controversy: a) the current that affirms the paradigm of origins, as a locus, verifiable in terms of time and space, to be determined by the historic research; b) the current, most active in the academic institutions, whose attempts to establish a critical scope about the issue of origins itself and focusing the social and ideological aspects of the discourses that affirms an “outset” of history, by its deconstruction.
Key-words: Brazilian Popular Music; Historiography; Samba.