MEIA NOITE EM PARIS
Caetano Veloso é melhor nas palavras do que eu. E o compositor escreveu uma excelente crônica no segundo caderno do Globo, dia 10 de julho. Vou reproduzir para falar de Meia Noite em Paris, de Woody Allen. Mas antes, meus comentários:
- Tal com Caetano, também fui arrebatada pelo filme.
- Fui assistir 4 vezes e acho que preciso de mais.
- Estou lendo Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, filme que Woody se inspirou para o filme.
- No mais, segue o artigo do Caetano, lembrando que Paris é linda na chuva...
Dia 01 de maio. Faz tempo que não escrevo. Nesse tempo, vi filmes maravilhosos. Entre eles, fui duas vezes no cinema assistir ao argentino vencedor do Oscar, O Secredo dos Seus olhos. Assisti também a Whatever Works, de Wood Allen, que adoro e Utopia e Barbárie, de Sílvio Tendler. pzara não dizer da experiência maravilhosa de Alice in Wonderland, de Tim Burton. Meu primeiro 3D em grande estilo e ainda Os Estados Unidos contra John Lennon. Esse último, assisti também na Tv, no telecine cult. Não sei o porquê de ter passado antes na TV. Um ótimo documentário.
Todos esses filmes foram experiências diferentes. Saí deprimida e desistida de tudo em Utopia e Barbárie. Só vi barbárie e utopias perdidas. Uma tristeza ao ver, tudo de uma vez, tudo o que foi sonhado, perdido por ganância, preconceito e ódio visceral. Parabéns ao Sílvio Tendler pela montagem, pelas imagens, pelo resgate histórico. Pena que tudo é tão triste.
Porém Alice é uma delícia de filme. É alegre e vale a experiência psicodélica que Burton faz a gente passar. Em duas horas, nossos problemas são deixados de lado.
O segredo dos seus olhos talvez seja o grande filme do ano. Já postei aqui, mas agora me rendo a ele de vez, depois de vê-lo novamente.
Wood Allen, sempre maravilhoso com seu alter ego resmungão e romântico. Mais um daqueles filmes inteligentes e bem sacados. Depois dele, saí otimista, pensando que, realmente, tudo pode dar certo.
Dia 20/03. Entre hoje e ontem vi Um sonho Possível, com Sandra Bullock. Mereceu o Oscar. Filme bonito, onde a bondade e a confiança no ser humano predominam. A crítica do link que postei é ruim mas, se desconsiderarmos o tom político, o filme é mesmo bem bacana: sessão pipoca com lágrimas.
Hoje, foi o dia de Direito de Amar, péssim tradução para A Single Man, título original. Colin Firth está magnífico, mas me pareceu que eu vi o diretor (Tom Ford) o tempo inteiro atrás das câmeras dizendo: agora eu vou fazer desse jeito porque sou um gênio. Mesmo em filmes muito autorais (Felini, Pasolini, Kubrick) o diretor desaparece para dar vez ao próprio filme. Depois do filme, você diz: o cara é um gênio. Para mim, foi ao contrário, eu quase que ouvia Tom Ford dizer: vou fazer tais cenas com mais cores porque sou muito bom e tive uma sacada genial... Será que é implicância minha? No fim, um filme bom, mas que não ficou naquela coleção dos 10 mais da vida.
Acabei de ver O Segredo dos Seus Olhos, (El Secreto de Sus Ojos) de Juan José Campanella, melhor filme estrangeiro de 2010 que, surpreendentemente, vendeu A Fita Branca (Dass Weisse Band), de Michael Haneke, que todos consideravam barbada.
Hoje, foi o dia de Direito de Amar, péssim tradução para A Single Man, título original. Colin Firth está magnífico, mas me pareceu que eu vi o diretor (Tom Ford) o tempo inteiro atrás das câmeras dizendo: agora eu vou fazer desse jeito porque sou um gênio. Mesmo em filmes muito autorais (Felini, Pasolini, Kubrick) o diretor desaparece para dar vez ao próprio filme. Depois do filme, você diz: o cara é um gênio. Para mim, foi ao contrário, eu quase que ouvia Tom Ford dizer: vou fazer tais cenas com mais cores porque sou muito bom e tive uma sacada genial... Será que é implicância minha? No fim, um filme bom, mas que não ficou naquela coleção dos 10 mais da vida.
Acabei de ver O Segredo dos Seus Olhos, (El Secreto de Sus Ojos) de Juan José Campanella, melhor filme estrangeiro de 2010 que, surpreendentemente, vendeu A Fita Branca (Dass Weisse Band), de Michael Haneke, que todos consideravam barbada.
Ainda estou impactada com o filme de Campanella e acho que ele tem mais "pegada" para Hollywood, mas achei A Fita Branca melhor, mais artístico, mais sutil, mais sensível. Não são todos que gostam desse filme. Aliás, a maioria não gosta, pois o segredo está naquilo que não é dito, no que a câmera não mostra, no que ficou apenas subentendido.
Em comum, os dois filmes, que abordam temas diferentes, em países e épocas diferentes, tratam da sociedade às vésperas do recrudescimento da violência política. E a pergunta para os dois filmes fica no ar: quem se salva?